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17 dezembro 2010

Dança das Flores

coisa em forma de poema,
resultado de um exercício colaborativo
ao jeito de cadáver esquisito heterodoxo.



De que forma andam as flores?
Andam de mão dada, como eu e a morte.

E onde estão elas agora?
Repousam no colo das crianças,
ronronando como gatinhos.

E o que cantam? E o que dizem?
Cantam como náufragos, ansiosas
por alcançar uma nuvem que as acolha.

Mas como pode um veleiro correr
por entre as nuvens sem naufragar?
O veleiro é a minha forma de ser
e as nuvens o elo de ligação incessável.

E se tudo te fosse dado, na palma da mão?
Eu sentiria a ondulação bravia do mar
e a serenidade terrestre, propagando-se pela vida
de uma forma nunca imaginada.

Mas se a morte me oferecesse, ao entardecer,
um relógio sem ponteiros, eu adormeceria
na floresta de corais floridos e medusas
enfeitiçadas por lendas jamais escritas.


Lobo das Estepes e Edera de Diana
© dezembro de 2010

1 comentário:

CIGANA disse...

Muito giro. Gostei :)