coisa em forma de poema,
resultado de um exercício colaborativo
ao jeito de cadáver esquisito heterodoxo.
De que forma andam as flores?
Andam de mão dada, como eu e a morte.
E onde estão elas agora?
Repousam no colo das crianças,
ronronando como gatinhos.
E o que cantam? E o que dizem?
Cantam como náufragos, ansiosas
por alcançar uma nuvem que as acolha.
Mas como pode um veleiro correr
por entre as nuvens sem naufragar?
O veleiro é a minha forma de ser
e as nuvens o elo de ligação incessável.
E se tudo te fosse dado, na palma da mão?
Eu sentiria a ondulação bravia do mar
e a serenidade terrestre, propagando-se pela vida
de uma forma nunca imaginada.
Mas se a morte me oferecesse, ao entardecer,
um relógio sem ponteiros, eu adormeceria
na floresta de corais floridos e medusas
enfeitiçadas por lendas jamais escritas.
Lobo das Estepes e Edera de Diana
© dezembro de 2010
1 comentário:
Muito giro. Gostei :)
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