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24 outubro 2010

Exercício 1: descrever um objecto sem utilizar o sentido da visão!

Nova versão...
Entrei apressada e ansiosa. Sentei-me no meu lugar, junto à janela. Tu corrias, veloz como uma gazela e eu, apesar de estar quentinha e aconchegada, tinha pressa de chegar à escola. De repente, senti um solavanco. Tinhas parado…e o motorista anunciou:
– Temos um pneu furado!
“Tinha que ser logo hoje” – pensei – “no dia do teste de Matemática. Não me podia atrasar, se não o professor já não me deixava entrar.”
– Vou demorar meia hora a mudar o pneu! – gritou o motorista.
“Estava perdida! Não ia conseguir chegar a tempo!” Decidi apanhar um táxi, pois ainda tinha algum dinheiro. O meu pai dava-me uma mesada. Não era lá grande coisa, mas como era poupadinha, ia dando para os gastos! Ao entrar no táxi, tive uma sensação estranha – algo me dizia que naquele dia não ia chegar à escola. Depois de algumas voltas à cidade, comecei a ficar enjoada e aflita, pois parecia que ia esquecer-me da matéria do teste. Quando ouvi uma voz parecida com a do professor de Matemática, estremeci e dei um salto gigante, que me transportou de novo para dentro do autocarro. Subitamente, questionas-te-me:
– Olá! Queres fazer uma viagem mágica? 
 Fiquei confusa, pois não sabia quem é que estava a falar comigo. “Que coisa estranha” – “devia ser do cansaço” – pensei – “ou se calhar ainda estava meia a dormir.” Belisquei-me várias vezes para ver se acordava. Fechei os olhos com muita força e fui abrindo um de cada vez, espreitando sorrateiramente como quando se joga às escondidas. Continuava tudo na mesma e tu cantarolavas aquela canção, que me era tão familiar, mas da qual já não me lembrava do nome. Estava a ficar bloqueada, não me lembrava de nada, nem da canção, nem da matéria do teste…Discutia estes assuntos com a minha memória, quando me disseste, num tom exaltado:
            – Sim, sou o Autocarro e estou a falar contigo! E fiz-te um convite: aceitas ou não?  
 Com um ar meio aparvalhado e assustado, acenei que sim. Sentia-me perdida como se estivesse no meio daquele nevoeiro cerrado, que vem do país do chá e dos castelos. Ia embarcar numa viagem mágica. Estava excitadíssima, mas tinha receio, tal como quando tinha testes de Matemática. Não sabia muito bem o que me ia acontecer, mas tinha aquela pontinha de esperança que ia superar mais aquele obstáculo.

4 comentários:

Lobo das Estepes disse...

Gosto da ideia da história, mas o fluir das ideias, das frases parece-me estranho... A pontuação (principalmente as vírgulas) e a própria divisão frásica não me parece a melhor.

Além disso está contada duma forma muito... infantil? É este o público alvo, crianças e jovens? Se é assim, já percebo.

1) mas estremeci ao ouvir uma voz estranha

estremeci e estranha são palavras demasiado parecidas, gráfica e foneticamente, faz-me comichão... lol.

2) Delicadamente, questionas-te-me

questionaste-me

3) Eu fiquei confusa, ...

Não precisas do "Eu".

Além disso, usas muitos "e": "e isto", "e aquilo", "e depois"; tornam a narativa pouco interessante, pouco fluída (parece que não há uma sequência de acções, mas apenas uma enumeração dos mesmos).

O final é optimista e tem uma boa moral, é encorajador.

Pinky disse...

Olá Pedro,

Concordo que posso melhorar a divisão frásica...eu bem disse que as vírgulas não eram o meu forte, mas com treino e umas leituras hei-de lá chegar...

Quanto ao tom infantil...é mesmo essa a ideia- identifico-me muito com o género infanto-juvenil, mas se calhar a ideia que tenho para o texto não se adequará muito, a não ser que a personagem fosse para a escola...não sei bem...

Pois é isso...acho que as ideias que tenho são boas...mas depois na prática não as consigo concretizar da melhor forma...preciso de muito treino e muitas mais leituras- deve ser isso mesmo...ou então tenho de ir comprar talento...lol...mas como isso não se compra, talvez esta ideia de escrever seja mais uma ideia que não vou concretizar...

Vou tentar melhorar essa questão da enumeração...da qual não me apercebi quando estava a escrever...

Obrigada pelos comentários
Ana

P.S. Descobrir o caminho que devemos seguir é uma tarefa árdua e diária, que exige esforço e dedicação e por vezes alguns fracassos...

Lobo das Estepes disse...

Ana, colega, não fiques muito aborrecida com os meus comentários: tenho mau feitio, e sou um perfeccionista.

Mas é como dizes, basta escreveres mais, muito mais. E olhares os teus textos com sentido crítico: se não parece perfeito, se não soa natural, se não tem fluidez... é porque tem falhas; só tens de descobrir quais são (a parte mais difífcil) e depois corrigi-las. para ajudar-te neste processo estamos cá nós, com os nossos reparos e sugestões.

Não quer dizer que tenhamos sempre razão, mas se fazemos um reparo, é porque esse ponto do texto nos fez parar (talvez tropeçar). É muito importante saber o que os nossos leitores pensasdaquilo que escrevemos (não queremos que eles parem ou tropecem nas nossas frases ou ideias).

Posso parecer esquisitinho nos reparos que às vezes faço, mas é por ser perfeccionista, rigoroso. Já escrevo há vários anos, pelo que fui interiorizando alguns conceitos; muitos dos reparos que faço são automáticos, tropeço neles logo na primeira leitura.

É o que faço com os meus textos: leio/corrijo, releio/corrijo, ..., até achar que não há mais nada para corrijir (exige tempo, mas quanto mais o fazes, mais fácil e rápido se torna). Às vezes demoro dez minutos para mudar uma palavra, uma hora para mudar uma frase, uma tarde para reescrever um parágrafo.

É como tudo, praticar...

"Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better"
Samuel Beckett

Pinky disse...

Olá Pedro,

Não estou de todo aborrecida com os teus comentários. Se passou essas imagem, não era isso que pretendia. Os teus comentários e críticas são importantíssimos, porque denotam isso mesmo experiência e conhecimento de causa!

Eu também sou muito perfecionista e por isso compreendo bem o que queres dizer...por vezes fico esgotada na minha busca incessante pela perfeição e também pela novidade...enfim é a vida...

Ás vezes gostava de aprender tudo num passe da mágica e quando isso não acontece, por vezes vou-me muito a baixo e acho que não sou capaz...mas logo passa..

Podes continuar nas críticas e nos reparos e espero que não tropeces muito nos meus textos...não queria nada ver-te estatelado no chão...lol

Thanks anyway