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25 outubro 2010

Exercício 2: Contar vs. Mostrar!

 Olá a todos,

Confesso que tive dificuldades em resolver este exercício na aula, talvez devido à  frase não ser minha, mas sobretudo porque  no momento não consegui identificar características mais específicas e objectivas para descrever o "ataque de pânico". Estava colada à frase que tinha escrito, tendo-me limitado a descrever um estado ansioso ou de angústia. Por outro lado, também acho que para fazer descrições convincentes temos de ter conhecimento da causa/estado/situação; vivências ou muita capacidades de interiorização/ absorção do que nos rodeia. Em certos momentos da minha vida, por vezes, acho que tenho essa capacidade, mas ao realizar este exercício, concluí que estou longe de o que conseguir...mas tudo se treina e tudo se aprende...ou quase tudo...mas escrever também é um acto solitário e isolado e na aula não sinto essa privacidade...

Esta é  a minha nova versão do texto que escrevi na aula, completamente reformulada e melhorada!!!! Aqui vai:

Relembro a frase ( "O Gustavo está a ter um ataque de pânico.")

 Já berrei, esperneei e transformei o meu quarto num enorme lago de lágrimas cristalinas. Atirei a jarra para o chão, bati com as portas e fechei  os armários para não me ver ao espelho. Também já fui para dentro do armário. Agora deambulo pela casa, sinto as mãos suadas e o rosto a estremecer, grito sem me fazer ouvir. Há um eclipse de tristeza na minha alma e não consigo respirar. As raízes do velho carvalho do meu jardim parecem agarrar-me o pescoço como mãos pesadas para me sufocar e, ao mesmo tempo libertar deste sofrimento atroz. Estou perdida, desorientada, desiludida e amargurada. As lágrimas escorrem-me sem esforço e não consigo parar de pensar no que ele me fez.Como é que ele foi capaz de me trair? E  com a minha melhor amiga? Será que sou eu que me sufoco a mim mesma ou fiquei com a marca da traição gravada para sempre? Preciso de desabafar, de me tratar! Está decidido, vou consultar uma psicóloga, não aguento mais! Qualquer dia  ainda vou parar ao hospital! E tudo por causa daquele parvalhão, que não vale um tostão!

Sei que ainda posso melhorar  e por isso agradeço as vossas sugestões...venham elas...

Antes de terminar, quero acrescentar que apesar de ainda nem ter passado semana da criação do nosso blog,  já sinto os benefícios desta troca de ideias, que tem sido tão profícua e intensa... Agradeço aos meus  colegas "bloggers" e espero que esta simples ideia tão comum de criar um blog, dê frutos num futuro tão próximo quanto risonho para todos.

Boas correcções e boas leituras...

Ana

4 comentários:

Lobo das Estepes disse...

escrever também é um acto solitário e isolado e na aula não sinto essa privacidade...

Também já passei por essa fase. Sou tímido...

Mas é como tudo: treinas.

Tudo passa pela capacidade de te abstraíres. E por saberes que mesmo que escrevas num local público, ninguém conhecerá as tuas palavras a menos que as mostres. Estares SÓ, a escrever, não é necessariamente estares SOZINHA no teu quarto.

Podes estar num café a escrever coisas profundamente íntimas, ferozes; qualquer pessoa que te olhe poderá pensar que estás a escrever um relatótio técnico, um e-mail.

Tu é que te sentes observada, invadida na tua privacidade. É questão de alterares a forma como te vês nessas situações, com tempo, sem pressa.

CIGANA disse...

Concordo como o Pedro. Podes escrever coisas fantásticas num cafe´, no comboio, no airoporto, sei lá.. olha eu até escrevi já no emprego.

Mas as escrita requere prática. Penso que o truque está em escrever. Escrever em qualquer lado, de qualquer forma, sem te importares com os erros... simplesmente escrever. Depois, o resto, fazes em casa, com mais calma, mais concentrada.... a tal revisão e rescrita que o professor fala.

Eu também tive dificuldade em escrever na aula. A minha frase era bem dificil e não estava nada concentrada.. mas escrevi aquilo que pude no momento. Depois em casa melhorei muito o texto.

Tu fizeste o mesmo. Parabéns! Está MUITO MELHOR.

Alguns reparos:

1. "num enorme lago de lágrimas cristalinas."

- não gosto muito. Soa a cliché literário. Eu punha algo como poça de lágrimas, por exemplo.

2. "fechei os armários para não me ver ao espelho. Também já fui para dentro do armário."

- gosto :D

3. "Estou perdida"

- se era o Gustavo porque estás a usar o feminino. Porque não mudar tudo para o masculino. Homens também sofrem de traição ;-)

4. Há um eclipse de tristeza na minha alma e não consigo respirar."

Gosto :D

5. "As raízes do velho carvalho do meu jardim parecem agarrar-me o pescoço como mãos pesadas para me sufocar e, ao mesmo tempo libertar deste sofrimento atroz."

- Gosto da ideia das raízes do carvalho tentarem agarrar-me, (parece a cena de um filme te terror), mas acho a frase um pouco longa. Eu talvez a quebrasse ao meio.

6. "fiquei com a marca da traição gravada para sempre? "

- não gosto muito. Usava talvez outra frase. Esta parece um pouco banal


O final está giro. A ideia de se ir tratar.

Também acho que o blog tem sido bastante interactivo. Vamos lá.. continuar não é??

Pinky disse...

Thanks...Esme...ainda bem que ficou melhor...vou melhorar ainda mais com os teus comentários...agora quando me acontece algo dou por mim a tentar pensar em metáforas...porque as hipérboles já fazem parte do meu dia a dia...

Vou melhorar e colocar aqui...mas ainda aguardo os comentários do Pedro...

Kisses
Ana

Lobo das Estepes disse...

Ataque de pânico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Um ataque de pânico, também conhecido como crise de pânico ou crise de ansiedade, é um período de intenso medo ou desconforto, tipicamente abrupto. Os sintomas ( variam de pessoa para pessoa e são no mínimo cinco para ser considerada uma crise) incluem tremores, calafrios, sensação de desespero, desrealização ou despersonalização, ondas de calor, dificuldade em respirar, palpitações do coração, náuseas e tontura. A desordem difere de outros tipos de ansiedade na medida em que o ataque de pânico acontece de forma súbita, parece não ter sido provocado e é geralmente incapacitante.

"fechei os armários para não me ver ao espelho"

referes-te àqueles armários que têm o espelho na parte de DENTRO da porta, certo? ok.

"As raízes do velho carvalho do meu jardim"

podes prescindir do possessivo, basta: do jardim, ou, no jardim

"e, ao mesmo tempo VÍRGULA liberta..."

gosto muito da imagem!

será a frase longa? se o texto é infanto-juvenil, poder-se-á dizer que sim. se é um texto para adultos, parece-me boa.

"Como é que ele foi capaz de me trair? E com a minha melhor amiga?"

hum.. um ataque de pânico pela descoberta duma traição... não me convence muito, mas ok, as pessoas não são todas iguais...

"o ataque de pânico acontece de forma súbita, parece não ter sido provocado"

com a melhor amiga? bah! clichê, eheheh

ficava melhor dizeres: com aquela perua?

"daquele parvalhão, que não vale um tostão!"

rima interna... é isso que queres?

"Preciso de desabafar, de me tratar!"

parece-me demasiado racional, para uma pessoa que está a ter (ou acabou d eter) um ataque de pânico.

"num enorme lago de lágrimas cristalinas."

sim, é im aimagem gasta, ainda por cima com aliteração do "L"...

gosto do texto, mas não me covence como ataque de pânico, eheh. parece-me mais uma crise ansiedade/angústia, um episódio depressivo.

independentemente do que for, está bem MOSTRADO, é o que importa. isto mostra a importância de nos informarmos, documentarmos: saber quais as sensações fíficas e reacções fisiológicas associadas ao pânico.