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02 novembro 2010

Sylvia and Ted

para Sylvia Plath

Quando estavas comigo
eu nunca ia morrer

Os meus olhos vagueavam
sem ti, o meu medo
tinha ruídos
todos os passos, as sombras
eram coisas sólidas

quando escrevia a morte
riscava as folhas de papel
mas quando estavas comigo
eu ia durar a vida inteira

As tuas pernas
sustentavam as minhas quedas.

J.T.Parreira

1 comentário:

Lobo das Estepes disse...

este final fez-me pensar numa malandrice, que vou aqui registar como minha, pra que ninguém vá amanhã pensá-la e julgá-la sua:


Das tuas pernas
pendiam os meus beijos.

(C) Lobo

...como a neve numa árvore de natal.

quem tiver visto o filme (Sylvia) discordará com este poema - muito bom, por sinal (o poema, não o filme).

mas como eu vi o filme, e discordo deste, concordo com aquele. só amarotava o final, se fosse eu a escrevô-lo (devasso assumido que sou).

ps: de fa(c)to, amarotar não existe (AFAIK), pelo que decreto também, e desde já, como sendo da minha autoria este neologismo. pim!

existe, no entanto: o adjectivo amarotado.

PS: Sr. Parreira, obrigado pela partilha! :D